A pesquisa Então, Entornos teve início, em 2016, com uma série fotográfica criada a partir de trajetos pela cidade de São Paulo – por meio de um jogo tipográfico, deu-se a expressão: Então, Entornos.
2018 > a experimentação foi transformada em TCC na graduação – apontamos, sob uma perspectiva fenomenológica da percepção, a compreensão do caminhar pela cidade, do processo de criação e do livro de artista como obra (artística).
2019 > TCC indicado ao XXVI Prêmio Expocom na categoria edição de livro.
2021 > TCC exibido durante o Congresso Regional América Latina InSEA (O Congresso contou com o apoio institucional da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Ministério da Educação do Peru).
2021 > apresentada uma nova leitura do TCC no Simpósio Internacional de Linguagem e Cognição - organizado pelo Instituto Politécnico de Macau (China) e a Universidade de São Paulo (USP).
2021 > parte da Dissertação apresentada no II Encontro Nacional de Literatura Infantil/Juvenil – nossos primeiros indícios de uma leitura metaficcional da relação artista-personagem na animação A viagem de Chihiro sob a ótica da crítica de processos.
2023 > Dissertação defendida no Programa de Literatura e Crítica Literária.
ENTÃO, ENTORNOS: O ARTISTA-CRÍTICO ENTRE A VISUOESPACIALIDADE E A AUTOCRIAÇÃO
Dissertação defendida no Programa de Literatura e Crítica Literária da PUC-SP sob a orientação da Profa. Dra. Vera Bastazin | Bolsa CAPES | #literatura e outras artes #antropologia literária #a viagem de Chihiro #rita Lee e composição poética #percepção #cidade e ficcionalidade
A pesquisa compreende a percepção do espaço como criação metaficcional, segundo a ótica do artista pesquisador no contexto da Crítica Literária – aqui, designado artista-crítico. Assim, aponta-se para o entendimento da metaficção não apenas como recurso literário, mas como procedimento de percepção interpretativa. Para isso, como corpora, elegemos a animação A viagem de Chihiro (2001), do diretor Hayao Miyazaki e .metapôster (2021), da artista e pesquisadora Débora Lima Dantas de Oliveira.
Ao considerarmos a criação como gesto ficcional, questionamos a forma como o processo criativo do artista-crítico revela a sua percepção do espaço e, ainda, quais os indícios da relação estabelecida entre criação, espaço e sujeito. Estabelecemos, portanto, a analogia entre artista-crítico e personagem (Chihiro) – atentando-se para as aproximações entre a percepção de si (autocriação) e do mundo (visuoespacialidade).
Ao longo da pesquisa, nossa hipótese é confirmada, apenas com a ponderação de que o espaço, propriamente dito, não pode ser essencialmente constituído como criação metaficcional, mas sim, o entorno. Nesse contexto, consideramos que a sobreposição das experiências de percepção se materializam entre a percepção espacial e a autopercepção, abrindo possibilidade para um diálogo recíproco. Essa relação se constitui metaficcionalmente em alteridade a partir dos duplos: personagem-artista; personagem-crítico; artista-crítico; artista-espaço; personagem-espaço. Entretanto, tais duplos também se inter-relacionam, repropondo-se em múltiplos – entornos.
Mediante uma abordagem hipotético-dedutiva, evidenciamos a hipótese de uma relação contínua (e) sobreposta entre criação, espaço e sujeito. Desse modo, a metaficcionalidade é constituída como efeito dessa percepção, visto que, na animação e no percurso do artista-crítico, a percepção de si e do espaço estão sobrepostas. Quanto ao aparato teórico, destacamos como leitura basilar: a crítica de processos, de Cecília Salles (2006, 2010, 2011, 2017).
Todavia, recorremos, também, a outras leituras (teóricas e artísticas) para expandir alguns dos pontos levantados em nosso trabalho. Tais como, a abordagem da ficcionalidade literária alicerçada em uma lógica de duplicação de Iser (2013); as aproximações entre percepção e criação exploradas por Ostrower (2013, 2017); a metaficção indicada em materiais de diferentes linguagens, por Bernardo (2010); a compreensão da autoficção presente na letra da música “Eu e mim” (2003c), de Rita Lee, e na figura do artista-crítico apresentada por Leyla Perrone-Moises (1978, 1998). Esse conjunto de autores e compositores constituem o aporte de interpretação dos corpora.
A Dissertação expõe, ainda, experimentações poético-críticas, de nossa autoria, como forma de suscitar novas composições de linguagem, propondo, nessas inserções, o desprendimento da tecnicidade acadêmica, em função da leitura teórica.
Explore as reflexões e conceitos da Pesquisa Então, Entornos de 2016-23:
ENTÃO, ENTORNOS - O processo criativo como extensão da obra: um olhar sobre os percursos
TCC apresentado na Graduação em Comunicação Social - Rádio e TV | #percurso #criação #cidade #caminhar #flâneur
Este trabalho busca entender o processo criativo, o caminhar pela cidade e o livro de artista enquanto percursos de criação. O conceito de percurso aqui abordado é a percepção do processo criativo enquanto caminho explorado pelo artista. Os registros feitos ao longo deste trabalho tornam-se suporte nessa investigação e se apresentam de duas maneiras: os trajetos e lugares visitados durante as caminhadas por alguns pontos da cidade de São Paulo e os recortes das observações das formas arquitetônicas encontradas nas construções. O livro é incorporado como local expositivo
desse processo e se faz matéria do percurso criador, assim, deixa de ser compreendido apenas como registro e se apresenta também como obra.
desse processo e se faz matéria do percurso criador, assim, deixa de ser compreendido apenas como registro e se apresenta também como obra.
ENTÃO, ENTORNOS - A CIDADE EM CRIAÇÃO: O PERCURSO DO ARTISTA
Comunicação oral feita durante o defendida no 4th Lincog - International Symposia On Language And Cognition - Macau/China | #literatura e outras artes #antropologia literária #a viagem de Chihiro #rita Lee e composição poética #percepção #cidade e ficcionalidade
A partir da pesquisa “Então, entornos – o processo criativo como extensão da obra: um olhar sobre os percursos”, iniciada em 2018, apresentamos o recorte: “A cidade em criação: o percurso do artista”. Diante da observação das formas arquitetônicas da cidade, o trabalho visa compreender a percepção do artista sobre o espaço urbano enquanto lugar de criação por meio do ato de caminhar; sendo assim, a cidade se revela como obra construída pela relação do artista com seu entorno.
Propõem-se dessa forma, evidenciar o diálogo transdisciplinar presente em “Então, Entornos”, produção autoral da pesquisadora e artista visual Débora Lima, que traz também poesias, relatos e crônicas de escritores brasileiros sobre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. O contato entre os espaços, rua-corpo, é o que suscita o percurso criador. O ato de criação se estabelece nos sentidos, na percepção da rua. O uso do corpo neste perceber emana do processo fisiológico do toque, do enxergar, do ouvir e reflete sobre os sentidos, o que gera o experienciar dessas vibrações entre corpo e espaço. Assim, esta extensão se conduz na relação intrínseca entre sujeito e lugar, trazendo variáveis baseadas no repertório do indivíduo. De igual forma, o percurso criador se materializa. Obra-processo-artista formam-se como um todo numa relação de percepção e construção.
A cidade se coloca em criação, os recortes de sua arquitetura se desmaterializam e tomam o aspecto de formas, linhas e curvas que convidam à experimentação e a imaginação do criar sobre elas. Quanto à perspectiva crítica, partimos da artista Fayga Ostrower (2014) para falar da relação ser humano e criatividade; da teoria crítica de processos de Cecília Almeida Salles (2011); das abordagens teóricas de Francesco Careri (2013) para discutir a ideia do caminhar enquanto ato de criação e do cronista João do Rio (2016) para compreender a figura do flâneur.
ENTÃO, ENTORNOS: primeira experimentação
A experimentação iniciou como pesquisa independente e tangenciava o meu interesse pela Fotografia e pelos estudos em Arquitetura e Urbanismo. Em 2016, a série trazia à tona o conceito de imagibilidade apresentado pelo urbanista Kevin Lynch em seu livro 'A imagem da cidade' e evoca a conexão entre o cidadão e a cidade. Os traços arquitetônicos são uma extensão do observador, assim forma-se no imaginário uma linha contínua onde é estabelecida uma troca entre o espaço e o morador – um se faz entorno do outro. Então, Entornos materializa a ação recíproca entre o Homem e o plano arquitetônico.